UNIVERSO DOS CANÁRIOS
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Mensagem por ROGÉRIO QUEIROZ Qui 07 Jun 2012, 11:23 am

Material interessante extraído do Criadouro Kakapo:

DEFINIÇÕES

A hibridação consiste no cruzamento de aves
diferentes. Os híbridos são o resultado desse cruzamento.
Pode-se distinguir:


HÍBRIDOS INTER-ESPECÍFICOS: Seus pais pertencem a espécies diferentes. Por exemplo,
pintassilgo x canário. Na natureza esses pássaros não
se cruzam entre si, porém em cativeiro esse acasalamento é
possível.

Estes híbridos são freqüentemente
chamados de mulas, por analogia do acasalamento jumento e égua.


HÍBRIDOS INTRA-ESPECÍFICOS: Seus pais pertencem à mesma espécie. Por exemplo,
canário border x canário de cor. Os canários border
e os de cor pertencem a duas raças diferentes. Os híbridos
são chamados de mestiços. Enquanto as mulas são freqüentemente
estéreis, os mestiços são geralmente férteis.


HÍBRIDOS MENDELIANOS: Seus pais pertencem a uma mesma espécie, porém
eles também são de raça pura. Uma ave é de
raça pura quando vem de uma linhagem onde todos são semelhantes.
Mendel descobriu as leis de hereditariedade através de cruzamentos
de pais de raça pura, depois seus descendentes.

Em genética os indivíduos de primeira geração
formam os F1 que, cruzando-se entre si, resultam em uma segunda geração
os F2. Acasalando-se um híbrido F1 com seu pai ou sua mãe
obtém-se um R1; na utilização de um indivíduo
F2, obtém-se um R2.


PARTICULARIDADES DOS HÍBRIDOS

SEMELHANÇA DOS HÍBRIDOS Os híbridos inter-especifícios por terem a
mesma origem são geralmente parecidos. Dessa forma, quando se cruza
um pintassilgo (Carduelis carduelis) com um canário verde (muito
próximo do canário silvestre), os pássaros obtidos
são muito parecidos de aspecto, são de cor escura, com forma
intermediária entre aquela do pintassilgo e a do canário,
o bico é ponteagudo, como aquele do pintassilgo e apresentam máscara
vermelha alaranjada, comparável aquela do pintassilgo, porém
menos colorida e clara. Isto ocorre porque as espécies silvestres
devem seu aspecto (ou fenótipo) aos genes dominantes, que são
os mesmos para todos os pintassilgos. Todos os canários silvestres
têm também em comum seus genes dominantes. Freqüentemente
as aves silvestres são puras para seus caracteres principais; em
outras palavras, os dois genes correspondentes ao mesmo caracter são
idênticos.

Conseqüentemente os híbridos pintassilgo
português x canário verde são comparáveis aos
híbridos mendelianos e são parecidos. Porém ocorrem
exceções. Por exemplo híbridos F1 de pintassilgo português
x canário podem não ter a máscara vermelha alaranjada,
Machos híbridos pintassilgo (Carduelis cannabina) canário
verde podem não ter o peito cor de rosa.

Estas exceções são devidas aos pais
não serem puros. A ausência da máscara num híbrido
F1 de pintassilgo português x canário verde pode ser explicada
da seguinte maneira: a máscara do pintassilgo português é
devida provavelmente a um gene dominante que inibe o depósito de
melanina, o que explica a cor branca e torna possível o depósito
de carotenóide vermelho. Se o fator inibidor está presente
em dobro (duplo exemplar), todos os híbridos e todos apresentarão
máscara. Porém se o fator inibidor existe somente em um único
exemplar, terá apenas a metade de híbridos F1 que a receberão,
ficando os outros híbridos sem máscara.

Esta hipótese parece correta. Realmente constata-se
que os híbridos F1 sem máscara são sempre fêmeas.
Isto se explica admitindo-se que o fator inibidor dominante está
ligado ao sexo. Conseqüentemente um macho pintassilgo português
heterozigoto poderá dar fêmeas F1 normais e fêmeas F1
sem máscara. Pelo contrário, com uma fêmea pintassilgo
português obter-se-á sempre híbridos F1 com máscara.
Com o Diamente de Gould tem-se um caso parecido: a máscara vermelha
é devida a um fator dominante inibidor da melanina, o que
permite o depósito do carotenóide vermelho; um dominante
macho com máscara vermelha, porém heterozigoto, dá
fêmeas que tanta podem ser com máscara vermelha como sem máscara
(portanto, com máscara negra). Com uma fêmea de diamante com
máscara vermelha tem-se os 100% de diamantes F1 com máscara
vermelha.

Os híbridos F1 de pintassilgo português
x canário, que têm peito verde-musgo, podem tembém
serem explicados admitindo-se que no pintassilgo existe um fator inibidor-dominante
que limitaria o depósito de melanina no peito. Se o pintassilgo
macho é heterezigoto para este fator, alguns híbridos F1
não receberão o fator inibidor; seu peito então será
verde como no canário verde.

Cada vez que um criador obtém um híbrido
excepcional, seus pais devem ser conservados. Esses pais permitirão
continuar a hibridação ou, ainda, servirão para obter-se
raças que darão rapidamente novas mutações.


HEREDITARIEDADE LIGADA AO SEXO Os caracteres ligados ao sexo presentes no pai podem apresentar-se
nas fêmeas híbridas F1. Desta forma, cruzando-se canário
acetinado macho x f?emea pintassilgo português, obtêm-se fêmeas
normais e fêmeas F1 acetinadas (em outras palavras, sem melanina
negra e com olhos vermelhos).

Com um canário isabelino pastel macho, pode-se
obter fêmeas F1 isabelino pastel. Os caracteres marfim, canela, ágata,
isabelino, acetinado e pastel são ligados ao sexo no canário:
podem passar juntos ou separadamente para fêmeas híbridas.


ESTERILIDADES DOS HÍBRIDOS Um híbrido F1 recebe a metade de seus cromossomos
de seu pai e outra metade de sua mãe. Para que ele seja fértil
é indispensável que seus cromossomos possam formar pares.
Senão a formação das células reprodutivas não
ocorreriam. Conseqüentemente tem-se fêmea F1 que não
põe ou macho F1 que não consegue fecundar (daí os
ovos claros).

Se os cromossomos recebidos pelo híbrido F1 são
pouco diferentes, o híbrido pode ser fértil.

Quando se acasala duas aves de espécies diferentes,
a fertilidade fica proporcional a quanto mais vizinhas forem essas espécies:


-Mesma espécie: 100% de fertilidade dos híbridos;

-Espécies vizinhas: alguns híbridos são
férteis;

-Espécies muito vizinhas: machos férteis;
fêmeas estéreis;

-Espécies bastante vizinhas: machos férteis,
todas fêmeas estéreis;

-Espécies pouco vizinhas: alguns machos férteis,
todas fêmeas estéreis.

-Espécies bem diferentes: todos os híbridos
são estéreis.


As espécies muito vizinhas seriam as pertencentes
ao mesmo gênero (exemplo: Serino Serinus serinus e canário)
e as espécies muito diferentes pertenceriam a famílias diferentes
)exemplo: Pontífice índigo Passerina cyanea x canário).

Com relação ao canário, alguns híbridos
férteis foram conseguidos pelo acasalamento com pássaros
do gênero Serinus e Carduelis (spinus, chloris). A fertilidade dos
híbridos é muito importante para conhecer-se o grau de parentesco
entre duas espécies. Quanto mais aparecem híbridos férteis,
mais os cromossomos são semelhantes e mais o parentesco é
importante.


TAMANHO E COR DO HÍBRIDOS O tamanho dos híbridos é geralmente intermediário
entre os tamanhos dos pais. Isto é decorrência de que o tamanho
é comandado por numerosos genes cujas ações se completam
(co-dominância). Portanto, é possível que uns híbridos
sejam maiores que seus pais, isto ocorre geralmente nos híbridos
inter-raciais (híbridos intra-específicos) e este fenômeno
é denominado heterosis. Pode ser explicado admitindo-se que teve
aquisição de novos genes para os híbridos. Esta aquisição
decorre freqüentemente como conseqüência de uma inversão
cromossômica, isto é, da presença de um fragmento de
cromossomo onde os genes são alinhados em posição
inversa da normal. No híbrido, por aí ter acúmulo
da porção normal acarretar um aumento de tamanho.

A cor dos híbridos F1 é geralmente menos
viva e menos delimitada que a dos pais. A máscara do híbrido
F1 de pintassilgo português x canário é menos vermelha
e menos clara que no pintassilgo; o híbrido F1 de pintassilgo da
Venezuela (Carduelis cucullata) x canário tem menos vermelho que
o pintassilgo. Isto ocorre porque a cor vermelha e sua localização
dependem de vários genes que são passados todos para os híbridos.
A presença de uma cor depende freqüentemente de uma série
de reações químicas, e a sua situação
na plumagem depende de fatores de localização.


LEIS DE MENDEL E HIBRIDAÇÃO Aves de espécies diferentes podem ter os mesmos genes
(fator pastel, fator marfim, fator ino – por exemplo), porém estes
genes podem ocupar posições diferentes sobre os cromossomos.
Conseqüentemente duas aves de plumagem pastel (melaninas diluídas)
terão ainda o fator pastel, porém os genes correspondentes
não serão alelos. Ora, as leis de Mendel dizem respeito a
genes alelos.

Acontece que as proporções dadas pelas
leis de Mendel (por exemplo ¼, ½, ¼ em F2) não
se observam no caso de híbridos F1; os tipos novos são muito
menos freqüentes que os previstos. Isto permite compreender porque
na hibridação pintassilgo português x canário
aparecem muito poucas fêmeas sem máscaras em vez de 50% e
também porque os machos férteis quase não ocorrem,
quando deveriam ser em torno de 50%. Uma ave macho possui dois cromossomos
X, um provindo do seu pai e outro de sua mãe. No caso dos machos
F1 pintassilgo x canário, os dois cromossomos X não são
muito diferentes e isto explica porque estes machos podem ser férteis.
Porém um outro fenômeno intervém; no macho um dos X
fica em repouso e forma um corpúsculo, o corpúsculo de Barr.
Um macho F1, cujo X ativo provém do canário, seria fértil
com uma fêmea canário. Embora que estatisticamente 50% de
machos F1 devem seu X ativo ao canário, entre eles muitos poucos
são férteis. Um macho F1 estéril pode tornar-se fértil
ao fim de alguns anos e o inverso é possível; pode-se pensar
que o X ativo não é sempre o mesmo.


CONSEQÜÊNCIAS O estudo de híbridos apresenta um grande interesse
científico. Ele permite saber se duas espécies são
aparentadas ou não. Ele permite também saber como são
colocados no lugar alguns caracteres como o topete ou a cor vermelha.

Os híbridos férteis permitem obter raças
novas. Isto é muito fácil no caso de caracteres ligados ao
sexo; assim a mutação lutino (ausência de melaninas)
do diamante de Kittlitz (Erythrura trlchroa) pode ser transmitido ao diamante
da Nouméia (Eruthtuta pslttacea). Assim pode-se passar as mutações
isabelino e acetinado do canário para o serino. No caso de mutalções
não ligadas ao sexo são necessárias duas gerações,
a segunda proveniente de um <> (R1). Umas mudanças
de genes foram realizadas de psitacídeos dos gêneros Euphema,
Psittacula ou entre agapornis.

A hibridação favorece as mutações
<>. Quando os cromossomos são
diferentes, eles têm tendências a se fragmentar. Conseqüentemente
os híbridos podem ter, mais ou memos, fragmentos de cromossomos.
Isto pode ser a origem de novos caracteres. O canário de fator vermelho
provem da hibridação do pintassilgo da Venezuela x canário,
e provavelmente o canário mosaico tenha mascido de uma hibridação
entre um silvestre (pintassilgo português? Verdilhão Carduelis
chloris?) x canário branco dominante, ou ainda pintassilgo da Venezuela
x canário branco dominante.

Mesmo estéreis, os híbridos são
muito interessantes pela sua beleza. Algumas hibridações
são muito raras porque são difíceis de se obter são
o caso da hibridação agapornis x periquito ondulado. Três
casos foram mencionados, um em 1890, com Agapornis cana, o segundo em 1910,
com Agapornis personata nigrigenis e o terceiro em 1985, com Agapornis
roseicollis. A hibridação é uma arte difícil.
Não é fácil provocar a atração sexual
entre duas aves que não se acasalam na natureza. É indispensável
que a hibridação seja encorajada e recompensada nos concursos.
ROGÉRIO QUEIROZ
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Mensagem por Edward Xavier Qui 07 Jun 2012, 12:34 pm

Boa tarde Rogério !

Muito bom o artigo!

Gostei!!



Abraço!!
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Mensagem por Decio Junior Qui 07 Jun 2012, 1:30 pm

ROGERIO,

HÁ UM EQUIVOCO NA DEFINIÇÃO DE HIBRIDO INTERESPECIFICO,POIS O EXEMPLO CITADO É DE DOIS GENEROS DIFERENTES(CARDUELIS X SERINUS)

SEGUE A COPIA DE UM TEXTO DE PESQUISA CIENTIFICA SOBRE HIBRIDAÇÃO DE ORQUIDEAS ONDE TEMOS A DEFINIÇÃO DE HIBRIDOS INTERESPECIFICO E INTERGENERICO.

Devido a sua capacidade para hibridação, só na natureza suas espécies se intercruzaram mais de 38 vezes (híbridos interespecíficos, ou seja, entre espécies do mesmo gênero) e com espécies de outros gêneros 31 vezes (híbridos intergenéricos). Com Laelia, cruzou 21 vezes. Com a Brassavola, 7 e com Schomburgkia, 3 vezes. Logo, existem mais híbridos naturais do que espécies.
DEVEMOS NOS MUNICIAR DE ARGUMENTOS E DEFINIÇÕES SOBRE HIBRIDAÇÃO POIS SE QUISERMOS CRIAR HIBRIDOS TEREMOS QUE ARGUMENTAR SOBRE A DEFINIÇÃO DO IBAMA QUANTO A ISSO,E ESSE TEXTO,QUE É DE UM EXCELENTE CRIADOURO,VAI CONTRA AS NOSSAS ASPIRAÇÕES.
ABRAÇOS
DECIO
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Mensagem por Edward Xavier Qui 07 Jun 2012, 1:37 pm

Boa tarde Décio!

´Bem observado, eu não sei qual é o nome do mestiço entre border e canario de cor!

Voce saberia me dizer?

Abraço!
Edward Xavier
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Mensagem por Decio Junior Qui 07 Jun 2012, 2:25 pm

acredito que seja mesmo intraespecifico,pois seria o cruzamento entre subespecies,em carduelis seria como cruzar um alleni com um icteria,são do mesmo genero e especie porém são classificados como subespecie.

abraço

Decio
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Mensagem por Edward Xavier Qui 07 Jun 2012, 2:34 pm

acredito que seja mesmo intraespecifico,pois seria o cruzamento entre subespecies,em carduelis seria como cruzar um alleni com um icteria,são do mesmo genero e especie porém são classificados como subespecie.

abraço

Decio



Eu ja vi, destes filhotes, mas acho que não tem nome, o criador disse que tava fazendo umas experiencias, e da uns canarios grandes, mas isso para mim não entraria na categoria de hibrido.
Então os canarios que dizem srd, seriam hibridos, cruzando um gloster com vermelho mosaico por ex, se os filhos de border com canarios de cor são considerados, então acabaria os srd, passariam a ser mestiços, destas raças!
Haja nomes para tantas espécies....Hibridos 114988 Hibridos 114988 Hibridos 114988

Abraço!!
Edward Xavier
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